Calophyllaceae

Kielmeyera albopunctata Saddi

Como citar:

Eduardo Fernandez; Patricia da Rosa. 2018. Kielmeyera albopunctata (Calophyllaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

VU

EOO:

10.609,456 Km2

AOO:

68,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018), com ocorrência nos estado da BAHIA, municípios de Porto Seguro (Jesus 616), Santa Cruz de Cabrália (Eupunino 174); ESPÍRITO SANTO, municípios de Aracruz (Folli 1071), Conceição da Barra (Giaretta 111), Guarapari (Pereita 279), Jaguaré (Saddi 19), Linhares (Santos 78), São Mateus (Andrade 36), Vila Velha (Matos 61),

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2018
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Patricia da Rosa
Critério: B1ab(i,iii)
Categoria: VU
Justificativa:

Árvore de até 18 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018). Popularmente conhecida por visga-nariz e vassununga, entre outros, foi coletada em Restinga associada a Mata Atlântica nos estados da Bahia e Espírito Santo. Apresenta distribuição relativamente restrita, EOO=9069 km² e ocorrência exclusiva em fitofisionomia severamente fragmentada. Estima-se que restem atualmente cerca de 15% da vegetação original da Mata Atlântica (SOS Mata Atlântica e INPE, 2018; Ribeiro et al., 2009). Sabe-se que grande parte dos ecossistemas florestais da Bahia encontram-se fragmentadas como resultado de atividades antrópicas realizadas no passado e atualmente, restando 12% de remanescentes florestais originais (SOS Mata Atlântica e INPE, 2018). Desmatamento, corte madeireiro e implementação de atividades agrossilvipecuárias em larga escala (Paciencia e Prado, 2005), principalmente plantações de Eucalyptus sp. (Baesso et al., 2010; Landau, 2003), cacau (Rolim e Chiarello, 2004) e vastas áreas convertidas em pasto e outras culturas, como seringa, piaçava e dendê, além do crescimento urbano e especulação imobiliária, constituem os principais vetores de stress a persistência de K. albopunctata na natureza (Otroski, 2018; (Carvalho, 2008; Sambuichi, 2003). Mesmo legalmente protegida dentro dos limites de Unidades de Conservação de proteção integral e considerada comum em algumas localidades no Espírito Santo, a espécie aparenta ser bem rara na Bahia (Trad Jorge, com. pess.). Assim, foi considerda Vulnerável (VU) a extinção. Infere-se declínio contínuo em EOO e extensão e qualidade de habitat. Recomenda-se ações de pesquisa (distribuição, números e tendências populacionais) e conservação (Plano de Ação) urgentes a fim de garantir sua perpetuação na natureza no futuro.

Último avistamento: 2017
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Sim

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Espécie descrita em: Rodriguésia 36(60): 61, fig. 1984

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido o valor econômico da espécie.

População:

Detalhes: Não existem dados populacionais. "É bem rara a ocorrência desta espécie em Porto Seguro, e não sei se é possível considerar que a espécie ainda ocorra na localidade" (Rafaela Trad com. pess.). Muito frequente na APA Setiba em Guarapari (Lima 8131). Bastante frequente em Linhares (Saddi 14),

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Restinga
Detalhes: Árvore com até 18 m de altura (Santos et al., 2015) que habita a Mata Atlântica, em Mata de Restinga (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018).
Referências:
  1. Santos, A.P.B., Espírito Santo, F.S., Rapini, A., 2015. Flora da Bahia: Calophyllaceae. A. P. B. Santos et al. – Calophyllaceae da Bahia Sitientibus série Ciências Biológicas 15: 10.13102/scb884
  2. Kielmeyera in Flora do Brasil 2020 em construção, 2018. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB6856 (acesso em: 5 de dezembro 2018)

Reprodução:

Fenologia: flowering (Jan~Nov), fruiting (Jan~Aug)
Polinizador: Foi coletada em flor nos meses de janeiro (Folli 1071), fevereiro (Saddi 14), março (Trad 341), abril (Morokawa 333), novembro (Jesus 616); e com frutos em janeiro (Matos 61), abril (Lima, D.F. 194), maio (Lima, H.C. 2924), julho (Farney 4779), agosto (Andrade 36).

Ameaças (3):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3 Livestock farming & ranching locality past,present,future regional
O município de Guarapari com 59060 ha, possui 26% de sua área (15627 ha) convertida em pastagem; Linhares com 350371 ha, possui 34% de sua área (117270 ha) convertida em pastagem; Conceição da Barra com 118489 ha, tem 50% de seu território (60333 ha) desmatados e utilizados para reflorestamento (38794 ha), plantio de cana-de-açúcar (11043 ha) e pastagem (10496 ha); Jaguaré com 65975 ha, tem 20% de seu território (12242 ha) desmatados e utilizados para reflorestamento (3345 ha), plantio de milho (985 ha) e pastagem (7915 ha); Aracruz (ES) com 142334 ha tem 28462 ha (20%) de seu território convertidos em pastagem; São Mateus com 233870 ha, tem 20% de seu território (46329 ha), transformados em pastagem; Santa Cruz de Cabrália com 145939 ha tem 18% de seu território (25688 ha) transformados em pastagem; Porto Seguro com 228626 ha possui 24% de seu território (54866 ha) transformado em pastagem. (Lapig, 2018).
Referências:
  1. Lapig, 2018. http://maps.Lapig.iesa.ufg.br/Lapig.html (acesso em outubro, 2018).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 5.3 Logging & wood harvesting locality past,present,future regional high
Vitória (ES) possuía apenas 14% de vegetação nativa em 2010 (SOS Mata Atlântica; INPE, 2011). No município baiano de Porto Seguro 72% da cobertura original de Mata Atlântica encontra-se desmatado (SOS Mata Atlântica; INPE, 2011).
Referências:
  1. SOS MATA ATLÂNTICA, INPE. Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, Período 2008-2010, São Paulo, SP, 2011.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1 Residential & commercial development locality past,present,future regional high
A região de Santa Cruz de Cabrália e Porto Seguro apresentou um crescimento urbano mal planejado representado pela ocupação desordenada e pela descaracterização da paisagem. Isto ainda é agravado pelo turismo que causa um aumento demográfico sazonal e, consequentemente, de lixo e esgoto (Carvalho, 2008).
Referências:
  1. Carvalho, C. R. D. 2008. Uma abordagem geográfica do turismo em Porto Seguro. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.

Ações de conservação (1):

Ação Situação
1 Land/water protection on going
A espécie foi coletada nas seguintes UCs: Reserva Biológica do Pau-Brasil; Reserva Biológica de Comboios; APA Setiba; Parque Estadual de Setiba; Reserva Natural da CVRD; Parque Estadual de Itaúnas; Parque Estadual Paulo César Vinha.

Ações de conservação (2):

Uso Proveniência Recurso
Uso Proveniência Recurso
17. Unknown